Lucas 11.1-2
e Lucas 1.13
Tema :
A vida de
oração de Jesus,
Soberania de Deus x Responsabilidade Humana na
Oração
Introdução:
A oração era a atmosfera habitual da
vida diária de Jesus. Jesus era um homem de oração. Portanto vamos deixar que
Ele mesmo através das Santas Escrituras nos conduza neste simples estudo.
Observando Jesus percebemos que Ele era dedicado à vida de oração. O pensamento
que me ocorre ao ver
tantos textos a respeito da oração ditos por Jesus me leva a conclusão da
importância que a oração tinha para Jesus. Se era assim tão importante pra Ele
deve ser também pra nós seus seguidores. Há em toda Bíblia 450 textos a respeito de oração excluindo os
150 Salmos que são verdadeiras orações.
Mas vamos lá o que Jesus teria para nos dizer quanto a oração.
Com certeza
a dedicação de Jesus quanto a oração tocou o coração dos seus discípulos a
ponto deles pedirem: “Mestre ensina-nos a orar”. Os discípulos inúmeras vezes
viram e ouviram Jesus orando, eu creio que deve ter sido algo tremendo ouvir
Jesus falando com o Pai em oração. Um servo de Deus falando sobre o assunto nos
chama atenção para um fato interessante quanto aos discípulos: eles não pediram
a Jesus que os ensinassem a pregar, ressuscitar mortos, expulsar demônios, mas
o que pediram foi: ensina-nos a orar. Qual foi a resposta de Jesus? Há muitas
pessoas dizendo a respeito de oração o que Jesus não disse. ( deixa disso pra
que orar, meu Pai já tem tudo sob controle, não foram essa as palavras de
Jesus, foi justamente ao contrário, quando olhamos para alguns textos nós
descobrimos que as orações dos santos foi o agente, o instrumento para que a
vontade soberano de Deus se cumprisse, não que Deus não pudesse fazê-lo sem a nossa
oração, mas Ele nos concede tal privilégio. Zacarias pai de João Batista: Lc
1.13; Ezequias que orou por sua cura: 2 Rs 20.1-6; Daniel que intercedeu por
Israel: Dn 10.12 – Soberania Divina e Responsabilidade Humana são duas linhas
paralelas não excludentes ou seja a Soberania de Deus não exclui a nossa
Responsabilidade Humana quanto à oração.
Portanto, quando os discípulos
pediram a Jesus que os ensinassem a orar prontamente Jesus o fez. Jesus ensinou
a discípulos e a nós hoje a importância da oração na vida do crente, então
vamos dar um passeio por alguns textos sobre o ensino de Jesus. Então vejamos:
Mt 7.7 ; 5.7-8;
(Oração é um mandamento com promessa Mt.6.5);
Lucas 18.1; Jo 14.13-14; RM.12.12...”perseverantes na oração”; Ef.6.18-19;
Fp 4.6;Cl 4.2-4;5.17;1Tm 2-1-3;Hb 4.16.
Jesus não somente foi um Homem de
oração, como também ensinou a seus discípulos a respeito da importância da
perseverança na oração. Como Deus Jesus em sua natureza divina tinha todo
conhecimento e todo poder e toda autoridade, porém como homem perfeito Ele
dependia do Pai, Ele tinha necessidade de buscar o Pai em oração, de buscar
orientação espiritual. Por isso nós não podemos bancar os sabidos e acharmos
que não precisamos orar, uma vez que o Nosso Senhor Jesus, nosso modelo tinha
uma vida de comunhão com o Pai. Se Ele o Infinito Deus Homem carecia de buscar
o Pai, que nós não nos atrevamos a não fazê-lo porque estaríamos agindo arrogantemente.
Quando os discípulos ouviam Jesus orar,
ouviam a oração de quem conhecia a quem Ele orava, quando oramos as pessoas ouvem
alguém que conhece a Deus? Ou ouvem um ritmo religioso (fariseu e o publicano),
ou palavras ensinadas por outros homens? Ouve formalidade, intelecto? Ou ouvem
um homem, mulher ou mesmo um adolescente, jovem, criança que passa muito tempo
na presença de Deus, estou falando de intimidade com Deus e não de conhecimento
acadêmico. Eu posso por ex. conhecer tudo a respeito de Dilma Houssef e não ter
intimidade com ela. Assim também nós podemos saber muito sobre Deus, e não ter
intimidade com Ele. Para muitos Jesus tornou-se uma boa exegese, uma boa
hermenêutica, alguém a ser estudado, dissecado, ao invés de ser também amado,
seguido, buscado. Jesus buscava constantemente ao Pai e muitas vezes com
lágrimas.
Porque Jesus precisava orar tanto:
Willian Blake escreveu teólogo do sec.19 disse:
“embora a oração de Jesus seja bela em
si mesma, quando pensamos em quem Ele era, isso de alguma forma nos
surpreende”. John Broadus escreveu:... “Se tem alguém que andou por esse planeta
e não precisava orar esse foi Jesus, porém se existiu alguém cuja vida foi
marcada pela oração este também foi Jesus”.
Porque Jesus orava:
A – Porque queria – O Pai ama o Filho
(Jo 5.20) – o Filho igualmente ama o Pai. Jesus orava para ter comunhão com o
Pai, para estar com Ele na intimidade. Jesus sempre voltava para Deus, não por
causa de alguma dádiva mais simplesmente por amor ao Pai. Que tipo de filho
conversaria com seu pai, somente quando precisasse de alguma coisa. Jesus usava
todas as oportunidades que os dias e as noites lhes traziam para falar com o
Pai em oração.
B – Jesus também orava porque
precisava – Hb 5.7 – “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com
forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e
tendo sido ouvido por causa da sua piedade...” nos dias da sua carne ou mesmo
que dizer quando esteve aqui entre os homens, um verdadeiro ser humano, Jesus
tinha plena consciência da sua dependência do PAI, no seu estado de humilhação
ele andoou diante do Pai. Nós atribuímos obra de Jesus seus milagres, curas tudo à Sua
divindade. Ele fez todas estas obras porque era Deus, é verdade, porém não
podemos deixar de ver que a ênfase nas Escrituras é o fato de Jesus andar aqui
como Homem Perfeito, e tudo quanto Ele fez aqui, fez enquanto homem que embora
perfeito foi completamente submetido à dependente do Pai, total e completamente
dependente do Espírito Santo.
Por isso Ele é nosso Modelo em tudo,
inclusive na vida prática de oração. Certa feita Jesus afirmou: “Minha comida é
fazer a vontade de Meu Pai”. Ser discípulo é andar como Jesus andou e esse é o
nosso problema andar como o Mestre Jesus andou. Esse é o nosso problema: não
sermos mesmo como Jesus. Essa é a nossa maior necessidade: Ser verdadeiros
discípulos de Jesus.
Um cristão chinês que visitou uma
igreja nos EUA e disse a um dos pastores
daquela igreja: “estou admirado com o que vocês conseguem fazer sem Deus”.
Muito diferente de Jesus que diz: “Eu não posso fazer nada sem o Pai. O que o
Filho vê o Pai fazer, isso Ele faz, para que o Pai seja glorificado no Filho”.
Jesus orava porque era completamente
dependente do Pai. Precisamos entender a soberania de Deus. Como Deus soberano
ele ordena na sua Palavra: Orai sem cessar, como soberano Senhor Ele sabe o
quanto nós precisamos dele. Ele é senhor e como soberano Senhor das nossas
vidas todos lhe deve obediência que Ele ordena: Pedi e dar-se vos há, Bata e
abrir-se lhe á, Busca e acharás, é
mandamento e manda quem pode, e Ele pode
como soberano Senhor Ele ordena: em tudo fazei conhecido diante de Deus... essa
é a soberana vontade de Deus que nós
pecadores nos humilhemos em oração perante sua face.
Embora Jesus sendo realmente Deus,
sua deidade jamais afetou a realidade de sua natureza humana, tinha pleno
conhecimento de Sua total dependência de Seu Pai celestial.
Vá aos evangelhos e veja quanto
textos que há que relatam a vida devocional de Jesus, orava à noite, pela
manhã, às madrugadas, passava noites inteiras em comunhão com o Pai.
Quando sentiu necessidade de
sabedoria para escolher os apóstolos orou a noite toda para pedi-la.
Jesus precisou ser fortalecido pelo
Pai nos momentos mais difíceis, por exemplo, sua oração e agonia no Getsâmani.
Uma simples explicação para o
surpreendente poder e sabedoria vistas em seu ministério é que Ele percebia sua
dependência do Pai e ia àquela única e verdadeira fonte para ser suprido em
suas necessidades.
Jesus orava não somente porque
queria, mas também porque tinha necessidade.
A igreja dos dias de hoje tem
esquecido este maravilhoso privilégio que é a oração. Tanto no contexto
coletivo, quanto na sua vida prática devocional. São poucos aqueles que têm se
dedicado a uma vida devocional. Por quê?
Poderíamos afirmar por ex. falta de
tempo, indisciplina, depressão espiritual, falta de entendimento quanto a nossa
necessidade buscarmos a Deus em oração, autossuficiência ou mesmo um pensamento
fatalista.
James Stwart: diz que “ a falta de
devoção é um sintoma de algo mais profundo, um sintoma quase de afeição. Muito
de nossas orações devem ser motivada pelo desejo de comunhão com Deus,
proveniente da plenitude do nosso coração, e não meramente vindo do nosso senso
de necessidade. Não sentir vontade de orar deve ser a nossa exata razão porque
temos de orar”.
Hb 4.16: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente
junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para
socorro em ocasião oportuna”.
Dentre outros motivos os quais muitos
não se dedicam a oração é porque têm um pensamento equivocado a respeito da
soberania de Deus. É comum em nosso meio encontrarmos aqueles quem sem
conseguir discernir a nossa responsabilidade humana quanto ao assunto, afirmam:
Porque orar, Deus não sabe as nossas necessidades antes mesmo de lhe pedirmos?
Ele não faz todas as coisas segundo o propósito de sua vontade soberana? Ora se
Ele já sabe tudo e fará tudo conforme a Sua vontade por que orar?
Primeiro que os que têm pensado assim
não tem considerado o fim para o qual o Senhor ordenou que orássemos conforme
já vimos hoje nos textos aqui exposto.
Algo não está claro em nosso
pensamento teológico quanto a soberania de Deus se esse pensamento tem me
levado para longe da oração, quando o Senhor é enfático suas Palavras quanto a
perseverança na oração. (já citamos inúmeros textos e há outros inúmeros textos
que não citamos sobre esse assunto).
Para que
tenhamos um pensamento bíblico a
soberania de Deus e a prática na oração, precisamos considerar duas coisas
básicas.
1) Primeiro – é que a soberania divina
não foi revelada com o propósito de produzir crentes fatalistas que não oram.
2) É que realmente Deus causa notáveis
mudanças em resposta à oração.
Quando falamos em soberania de Deus
na oração em hipótese alguma o homem está isento de sua responsabilidade quanto
a prática de oração, causações externas de um Deus soberano não significa que o
homem esta isento de sua responsabilidade de orar, até porque a Bíblia traz
essa tensão entre a soberania de Deus e a Responsabilidade Humana. Presta atenção: Deus decretou todas as
coisas e no seu decreto Ele incluiu providencialmente o homem como agente moral
responsável na oração para o cumprimento dos seus propósitos. Visto assim eu
diria que aumenta e muito a minha responsabilidade enquanto cooperador de Deus.
Veja o exegeta Charles Hodge diz quanto ao assunto: “É uma verdade
fundamental a afirmação de que um homem
sem olhos não tem a obrigação de enxergar, nem um homem sem ouvidos a obrigação
de ouvir. Portanto no campo das impossibilidades físicas sem dúvida é
verdadeiro a máxima que a incapacidade do homem ver os acontecimentos futuros é
perfeitamente coerente com o fato do homem ser sempre responsável diante de
Deus por seus atos de pedir, de que Seus planos se concretizem”.
A RESPONSABILIDAD HUMANA deve trazer
à nossa consciência o sentimento de obrigação. O apóstolo João nos dias 5.14 –
E esta é a confiança que temos para com Ele que se pedirmos alguma coisa
segundo a sua vontade El nos ouve.
A Bíblia esta repleta da vontade de Deus é da
vontade de Deus que os maridos amem suas mulheres como Cristo amou a Igreja,
peça a Deus poder no Espírito Santo para ser esse marido.
E também que as mulheres sejam
submissas aos seus maridos, companheiras idôneas peça, que os filhos honrem
seus pais, que os pais não provoquem seus filhos a ira, é da vontade de Deus
que se faça orações, suplicas e intercessões por todos os homens e pelas
autoridades (Paulo a Timóteo) ore é da vontade de Deus salvar homens e mulheres
ore. Um dos pedidos de Paulo á Igreja era para que orassem para que lhe fosse
dado intrepidez na oração orem por seus
pastores
Sem oração, sem resposta – “Nada
tendes porque nada pedis” Tiago.
Há alguém doente faça oração. É da
vontade de Deus que se ore pelos enfermos. A Bíblia está repleta da vontade de
Deus. Agora o que precisamos é de assumir a nossa responsabilidade humana
quanto a oração.
Os planos de Deus como vimos não
excluem a oração dos santos pelo contrário somos ordenados a orar com
perseverança. O homem como agente moral prestará contas de suas ações conforme
Rm 14.10. Pela Palavra e pela oração somos santificados pelo auxílio do
Espírito Santo para que possamos viver de acordo com o padrão estabelecido por
Deus
A Soberania Divina não exclui a
responsabilidade humana.
Confiar e pedir é responsabilidade
humana, ouvir e responder é soberania divina.
Para encerrar – Rm. 8.26-27.
Deus nos abençoe.
Ev. Cida Leal
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